Quando você pensa na Chapada dos Veadeiros, provavelmente as primeiras cidades que vêm à cabeça são Alto Paraíso e São Jorge, certo? São os destinos mais populares, cheios de pousadas charmosas, lojinhas, restaurantes e aquele clima hippie que muita gente curte. Mas quer saber uma parada? Existe um lugar um pouco mais fora da rota, menos turístico e mais raiz, que é uma joia escondida no coração do cerrado: Cavalcante.
Cavalcante fica um pouco afastado do eixo mais conhecido da Chapada — são cerca de 90 km de Alto Paraíso e 325 km de Brasília. Isso significa estrada longa, um trecho de terra e um pouco mais de esforço pra chegar. E é por isso que muita gente nem considera colocar no roteiro, preferindo destinos mais fáceis. Só que eu te garanto: essa distância toda é só pra separar quem quer um passeio qualquer daquele que quer uma aventura de verdade, com muita natureza, cachoeiras sensacionais e uma cultura local pra lá de especial.
Por que Cavalcante é tão especial?
O charme de Cavalcante não está no centro da cidade — que é bem pacata, simples e sem muitas atrações urbanas. Aliás, se você espera uma cidade turística cheia de agito, vai se decepcionar. Cavalcante é o oposto disso: é calma, pequena e sem frescura.
Mas quando o assunto são as cachoeiras, aí a coisa muda de figura. Cavalcante tem algumas das quedas d’água mais bonitas da Chapada, que podem até competir em beleza com as mais famosas de São Jorge, mas com a vantagem de serem menos lotadas. O destaque principal fica para a Cachoeira Santa Bárbara, que ganhou fama por seu poço azul-turquesa que parece coisa de filme. Já ouviu falar daquela água que parece Caribe? Então, a Santa Bárbara é isso ao vivo.
A Cachoeira Santa Bárbara: a rainha azul de Cavalcante

Você provavelmente já viu alguma foto da Cachoeira Santa Bárbara pelo Instagram ou Pinterest. É aquela imagem icônica da água azul clara, cristalina, que mais parece uma piscina natural perfeita. A cachoeira fica dentro da área da Comunidade Kalunga, uma comunidade quilombola que preserva uma cultura riquíssima e o modo de vida tradicional.
Pra visitar a Santa Bárbara, você tem que ir com guia autorizado pela comunidade — é uma regra pra preservar o local. Além disso, o número de visitantes por dia é limitado, então chegar cedo é fundamental pra garantir o passeio.
O que faz a Santa Bárbara ser tão especial? A cor da água é um espetáculo à parte — um azul tão intenso que é difícil de acreditar que é natural. O poço é fundo, a queda é forte e o cenário ao redor é aquele cerrado com cara de intocado, cheio de plantas e árvores típicas.
Mais cachoeiras pra conhecer em Cavalcante
Se a Santa Bárbara já é demais, você vai pirar nas outras cachoeiras da região. Dá pra montar um roteiro bem completo e cheio de lugares incríveis, que vão além da tal cachu azul.
Aqui vão as principais:
- Cachoeira da Capivara: pertinho da Santa Bárbara, vale combinar as duas no mesmo dia. A Capivara tem poços tranquilos e é ótima pra banho.
- Cachoeira Candaru: menos conhecida e com acesso mais restrito, a Candaru é um achado pra quem curte um lugar mais selvagem e tranquilo.
- Complexo do Prata: uma região cheia de cachoeiras e poços incríveis, entre elas a famosa Cachoeira Rei do Prata e outras como Cachoeira Veredas, Poço Encantado e Cachoeira da Ave Maria. É um lugar perfeito pra quem quer explorar várias quedas em um só dia.
- Cachoeira São Bartolomeu: distante do centro, tem aquele visual de cerrado bruto, com poços e quedas pra relaxar longe da muvuca.
A Comunidade Kalunga: cultura, história e acolhimento

Além das belezas naturais, Cavalcante é especial por abrigar a maior comunidade quilombola do Brasil Central: os Kalungas. Eles são descendentes de escravos que fugiram e se estabeleceram em regiões remotas do cerrado, preservando uma cultura ancestral.
Visitar a Comunidade Kalunga não é só sobre turismo, é sobre respeito e aprendizado. Você pode fazer tours guiados, que incluem visita às cachoeiras da região, conhecer a vida local, provar a comida caseira feita na hora e comprar artesanato feito por eles.
A experiência é única e faz você entender que a Chapada dos Veadeiros é muito mais do que só paisagens bonitas — é também sobre gente, história e resistência cultural.
Como chegar em Cavalcante?
O caminho não é dos mais fáceis, então já prepare o espírito aventureiro:
- De Brasília: são cerca de 325 km, o que dá umas 5 a 6 horas de viagem, dependendo do trânsito e da condição da estrada. Os últimos 30 km são de estrada de terra.
- De Alto Paraíso: 90 km de estrada, a maior parte também não asfaltada. Dá pra ir num carro comum, mas o ideal é um carro com boa suspensão, tipo SUV ou mesmo um 4×4.
Pra quem quer evitar o sufoco, o melhor é ir com calma, aproveitar a viagem e estar preparado para o “sacolejo” da estrada. Bate e volta? Nem pensar! Você vai cansar demais e não vai curtir direito.
Quanto tempo ficar em Cavalcante?
Pra explorar bem tudo, principalmente as cachoeiras e a comunidade, o ideal é reservar 3 a 4 dias. Isso permite fazer os passeios com calma, sem pressa, curtir as trilhas, os poços e até conhecer um pouco da cultura local.
Se você só passar um dia ou fazer bate e volta, vai sair frustrado. Vale muito mais a pena dormir lá e aproveitar a vibe tranquila.
Onde se hospedar?
A oferta de pousadas em Cavalcante ainda é modesta, mas tem boas opções simples, acolhedoras e com aquele jeitão de interior que a gente adora. O café da manhã costuma ser caprichado, com frutas frescas e quitutes locais.
Se quiser algo diferente, vale muito a pena se hospedar dentro da Comunidade Kalunga. É uma experiência bem autêntica, e além da hospedagem, você ainda apoia a economia local.
Onde comer em Cavalcante?
Não espere restaurantes badalados, porque não tem — e isso é parte do charme. O que você vai encontrar são pequenos restaurantes e pousadas que servem comida caseira de verdade, feita com ingredientes do cerrado.
Tem aquele frango caipira, arroz com pequi, mandioca, legumes colhidos na hora e doces caseiros. Tudo simples, saboroso e cheio de tradição. Se estiver na comunidade Kalunga, não perca a oportunidade de experimentar pratos feitos ali mesmo — você vai se surpreender.
Dicas importantes pra curtir Cavalcante numa boa

- Leve dinheiro vivo – muitos lugares não aceitam cartão e o sinal de celular é fraquinho em vários pontos.
- Contrate guias locais – não só por segurança, mas para conhecer melhor as histórias e culturas do lugar.
- Chegue cedo nas cachoeiras – principalmente na Santa Bárbara, que limita o número de visitantes.
- Roupas e calçados adequados – leve tênis ou bota para trilha, chapéu, protetor solar e repelente.
- Respeite o meio ambiente e a cultura local – nada de lixo na trilha ou bagunça nas comunidades.
- Se prepare pra estrada – um carro com suspensão boa é ideal para evitar dores nas costas e desgaste no veículo.
- Não faça bate e volta – além de cansativo, você perde a chance de realmente aproveitar tudo.
O que fazer além das cachoeiras?
Embora as cachoeiras sejam a principal atração, Cavalcante e seus arredores oferecem outras atividades que valem a pena:
- Trilhas pela Chapada: muitas delas passam por mirantes e vales com vistas lindas do cerrado.
- Passeios culturais na Comunidade Kalunga: além de cachoeiras, você pode fazer tours que contam a história da comunidade, visitam plantações tradicionais e oficinas de artesanato.
- Observação da fauna e flora: Cavalcante é uma área riquíssima em biodiversidade. Com um pouco de sorte e paciência, dá pra ver animais típicos do cerrado, como tamanduás, tatus, aves coloridas e muito mais.
- Fotografia: os cenários são incríveis, com paisagens de tirar o fôlego e aquela luz mágica do cerrado no fim da tarde.
Quando ir para Cavalcante?
O período ideal é entre maio e setembro, que é a estação seca no cerrado. O clima fica mais ameno, as trilhas secas e seguras, e o céu costuma ser aquele azul de cinema.
Na época das chuvas (novembro a março), o acesso a algumas cachoeiras pode estar fechado por segurança, e as trilhas ficam escorregadias. Além disso, trombas d’água podem acontecer, então é uma época mais arriscada pra visitar.
Resumo do rolê: por que vale a pena conhecer Cavalcante?
- Natureza de primeira: cachoeiras lindas, água cristalina, cenário de cerrado preservado.
- Cultura e história: vivência real com a Comunidade Kalunga, comida caseira, artesanato.
- Tranquilidade: pouca muvuca, sossego total, contato verdadeiro com o cerrado.
- Aventura: estrada de terra, trilhas desafiadoras, sensação de descoberta.
- Fotos incríveis: aquele azul da Santa Bárbara que vai deixar seu feed bombando.
Roteiro básico para 4 dias em Cavalcante
Dia 1 – Chegada, acomodação, passeio leve pela cidade e conhecer a comunidade Kalunga.
Dia 2 – Visita à Cachoeira Santa Bárbara + Cachoeira da Capivara (dá pra fazer as duas no mesmo dia).
Dia 3 – Complexo do Prata: Rei do Prata, Cachoeira Veredas, Poço Encantado, Cachoeira Ave Maria.
Dia 4 – Cachoeira São Bartolomeu + trilhas curtas e retorno.
Se prepara porque Cavalcante não é viagem de resort, nem de festa, nem de restaurante gourmet. É viagem pra quem quer natureza de verdade, aventura, contato com cultura autêntica e momentos de paz no cerrado.
Se você curte tudo isso, Cavalcante vai entrar na sua lista de lugares inesquecíveis.
E ai, Gostou?
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Perguntas frequentes
Como chegar em Cavalcante?
Você pode ir de carro partindo de Brasília ou Alto Paraíso. De Brasília são uns 325 km, e de Alto Paraíso, uns 90 km, sendo que parte do caminho é estrada de terra. Melhor ir de carro com suspensão boa pra não sofrer.
Dá pra fazer bate e volta de Alto Paraíso?
Não recomendo! A estrada é cansativa e você vai acabar sem tempo pra curtir as cachoeiras direito. O ideal é ficar pelo menos 3 dias em Cavalcante.
Quais as cachoeiras imperdíveis em Cavalcante?
A principal é a Cachoeira Santa Bárbara, com aquela água azul incrível. Também vale conhecer a Cachoeira da Capivara, o Complexo do Prata (com a Rei do Prata) e a São Bartolomeu.
Precisa de guia para visitar as cachoeiras?
Sim, principalmente para a Santa Bárbara, que fica dentro da Comunidade Kalunga e tem visitação controlada. Além de garantir segurança, você ainda conhece a cultura local.
Qual a melhor época para visitar?
De maio a setembro, na estação seca. O clima fica mais ameno, as trilhas secas e seguras, e as cachoeiras acessíveis.
Tem restaurante em Cavalcante?
Sim, mas são poucos e simples. A comida é caseira e típica da região, com pratos feitos com ingredientes do cerrado.